Greenhouse, de Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala, 2024. Vista da exposição na Bienal Internacional de Arte de Veneza. Foto: © Matteo Losurdo.

A Contemporânea é parceira de comunicação do Pavilhão de Portugal/ Representação Oficial Portuguesa na 60ª Exposição Internacional de Arte de Veneza — La Biennale di Venezia 2024.


Ensaio — por Paula Ferreira
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Transpondo o hermetismo do espaço expositivo e a sacralidade da obra de arte, um jardim crioulo, que abriga um arquivo vivo, uma escola e assembleias, reestrutura a participação portuguesa na Bienal de Veneza em sua sexagésima edição, que decorre entre abril e novembro deste ano. Uma concepção transdisciplinar, GREENHOUSE é um projeto idealizado a partir do alinhamento de diferentes áreas do conhecimento artístico, por Mónica de Miranda, Sónia Vaz Borges e Vânia Gala. Dos princípios da transversalidade e da solidariedade radical, a representação nacional elaborada coletivamente entre uma artista visual, uma investigadora e uma coreógrafa oblitera certas hierarquias — entre curador e artista, natureza e cultura, pensamento e prática —, e aponta para aquilo que se pode imaginar como uma proposta artística para o futuro.
Entrevista — por Maria Kruglyak
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Patente no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, a exposição individual Together in Our Spirits traz as investigações artísticas de Oscar Murillo a Portugal pela primeira vez. Esta mostra marca os dez anos da criação da obra pública Frequencies (2013–2023), que aqui se revela não apenas um ponto de entrada mas também a base conceptual do percurso da exposição. Este trabalho, na sua adjacência ao território da arte comunitária, demonstra uma forte ligação com as primeiras e célebres investigações da carreira de Murillo, que partem da intervenção colaborativa de grandes conjuntos de pessoas na sua prática artística. Neste processo, que o artista designa como “working-to-work” [ou "trabalho-tornado-obra"], estas pessoas inserem-se na produção de Murillo através do seu fazer, da sua criatividade e da sua participação em geral.
Crítica — por Rômulo Moraes
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É incomum que a crítica de arte se detenha no que, no fundo, realmente é a experiência de uma obra: a do corpo do crítico e sua circunstância no momento em que a encontra. Pouco se comenta o impacto, por exemplo, do cheiro de uma galeria, ou do tipo humano com o qual esbarramos ali, para a etnografia da obra propriamente dita. Mas esta, como sabemos desde a teoria da recepção, não se separa nunca de seu contexto. Pelo contrário, tudo o que circunda uma obra deve fazer parte da crítica, tudo deve se somar num mesmo vórtex. Desde a dor de cabeça lancinante ou o estômago vazio no momento do encontro até a chuva torrencial da manhã da abertura, que deixa no ar uma sonolência própria e inevitável.
Entrevista — por Paula Ferreira
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Contra o vermelho cor da terra, o pássaro se desgarra das mãos do seu criador. O vôo, manifesto signo da liberdade, sequestra o olhar na lentidão do bater das asas. O gesto se repete, hipnótico e fascinante, em câmera lenta. Mudam as mãos, os pássaros, muda o vermelho da terra pelo verde-mata, mas o gesto permanece o mesmo: homem e animal, em um trabalho de comunhão, ensaiam libertar-se um ao outro. Sobrevoo, exposição mais recente de Jonathas de Andrade, é um respiro aliviado no tempo corrente. Começa na peça visual Columbófilos, a qual, sem narrativa, percorre o potencial intrinsecamente poético da relação homem-animal, representado a partir da performática simbiose entre os membros da Associação Columbófila do Porto e os seus animais companheiros, os pombos.
Crítica — por Maria Kruglyak
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Preenchendo Vazios, de Dozie Kanu, é revigorante na contemporaneidade e subtileza emocional que revela. Patente no Espaço Lumiar Cité, na zona norte de Lisboa, trata-se de uma afirmação societal de um novo materialismo alicerçado num entendimento apurado do seu contexto, a nível local e não só. A exposição apresenta peças escultóricas que se sustentam tanto na arte como no design de interiores e de instalações, daí ressaltando uma miríade de referências multidirecionais integradas num minimalismo característico das primeiras manifestações da prática do artista. Acima de tudo, Preenchendo Vazios recorre a uma linguagem visual que se nos aparenta muito atual — um salto que vai para lá da escultura pós-moderna no campo expandido.
Ensaio — por João Sousa Cardoso
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A nova exposição de Pedro Paiva parte da peça de teatro "Em Frente da Porta, do Lado de Fora" (1946) de Wolfgang Borchert, autor alemão associado à Trümmerliteratur, “literatura dos escombros”, surgida no pós-guerra, que relata a experiência traumática nos campos de batalha, a exclusão social dos rapazes no regresso a casa e à miséria. Nesta alegoria macabra organizada numa narrativa de estações (como as estações da via sacra) e que recorda os autos medievais com a tomada de consciência e o julgamento das injustiças cometidas pelos protagonistas de uma sociedade, Wolfgang Borchert reconstitui o drama — de uma perturbadora atualidade — do soldado retornado de três anos em combate na frente russa da guerra à sua cidade natal de Hamburgo, onde, ainda fardado e coxo, nenhum lugar entre os vivos lhe parece reservado.
Entrevista — por Eduarda Neves
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Renato Ferrão estudou escultura na FBAUP. Foi um dos artistas fundadores do Salão Olímpico. Expõe regularmente desde 1998. Em 2011, recebeu o Prémio de Artes Plásticas União Latina e, em 2020, foi nomeado para o Prémio Amadeo Souza Cardoso. Está representado na colecção da Fundação de Serralves, da Câmara Municipal do Porto e na de Arte Contemporânea do Estado. Expõe regularmente desde 1998. A sua última exposição — Für Fur Fur Fúria de Viver— com curadoria de Andreia Magalhães e apresentada até sete de Abril no Centro de Arte Oliva, inclui não só alguma da produção anterior do artista como novas obras (2007—2024). À entrada da exposição algumas manchas de cor anunciam a multiplicidade de existências que atravessam esta Für Fur Fur Fúria de Viver e convocam-nos para uma volúpia errante. A mesma que percorre esta entrevista.
Crítica — por Isabel Nogueira
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Em 2019, Yonamine (n. 1975, Angola) apresentou neste mesmo espaço "Union Jacking.Voice of the Voice£ess". Tratou-se de uma poderosa instalação, cujo título de imediato a situava face ao mundo do poder e do capital, na complexa ligação às consequências de um movimento (pós)colonial agressivo e dominador, no âmbito do qual se afiguraram relevantes as reflexões seminais, nomeadamente, de Albert Memmi, Edward Said, Frantz Fanon, Kwame Nkrumah, Audre Lorde, Maryse Condé, ou, mais recentemente, de Achille Mbembe. A matriz da obra de Yonamine desenvolve-se agora por meio da instalação "ETC — Extraction | Trade | Cashtration", voltando a localizar-nos face a esta e outras problemáticas.
Ensaio — por João Sousa Cardoso
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A exposição de Ana Manso na Galeria Pedro Cera com o título "Menstruum", termo em latim suficientemente equívoco (solvente, diluente, medium, menstruação) confronta-nos com uma experiência espacializada das formas radicada na pintura (mas que não se esgota nela) e um diálogo entre o corpo da pintura e o do espectador rigorosamente calculado. Logo à entrada, a vedação de madeira quadriculada oferece um obstáculo físico ao visitante, obrigando-o a um acesso lateral, ao mesmo tempo que não impede de entrever o interior da exposição. A artista institui de imediato uma disjunção entre a experiência do corpo e a perceção, princípio de mise à distance organizador de toda a mostra. O elemento de construção remete para uma treliça (muito semelhante a um gradeamento disposto no atelier da pintora) e evoca o ambiente de um pátio doméstico, a prática amadora da jardinagem, uma hera ou outra planta trepadeira em crescimento vertical, refreando a expectativa da pintura.
Crítica — por Paula Ferreira
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Na vitrine da Galeria Boavista, uma volumosa esfera branca e luminosa surge entrecortada pelo opaco rasgo na superfície fotossensível do negativo. Atrás dela, iluminados pelo flash, repousam, em prateleiras, conchas, pequenos insetos, ossos e outros gêneros de reminiscências orgânicas e inorgânicas tipicamente resguardadas pelos gabinetes de curiosidades de outrora. Essa imagem, parte de uma série fotográfica que Daniela Ângelo vem desenvolvendo ao longo dos últimos tempos, é como um vestígio que vem discretamente informar ao visitante sobre aquilo que está prestes a ver.
Ensaio — por Andreia C. Faria
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Nenhum do sadismo apaixonado do primeiro olhar pode ser imputado ao filme Na Faina do Argaço, de Mariana Vilanova. Aqui, a lente sustenta a estranha beleza das algas e a centralidade destes organismos na memória e na sobrevivência ritual da comunidade piscatória da Apúlia. Mais do que isso, a lente ressitua o tema de Vilanova à luz da relação e das políticas do olhar entre espécies. Prática ancestral, a apanha do sargaço para adubo dos campos agrícolas e para usos medicinais foi sendo aperfeiçoada ao longo dos séculos através da experiência, do conhecimento e das crenças populares das comunidades de sargaceiros do Norte de Portugal.
Ensaio — por Valerie Rath
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Posso sempre crescer outra vez. Este pensamento foi-se solidificando na minha cabeça depois de visitar a exposição coletiva Lettera d'amore, com curadoria da Alberta Romano. Patente na Kunsthalle Lissabon, esta mostra integra peças de Alice dos Reis, Tamara MacArthur, La Chola Poblete, Laure Prouvost, Giulio Scalisi e Inês Zenha, todes artistas que foram anteriormente convidades para realizar exposições individuais naquela instituição. Lettera d'amore é a primeira de três coletivas organizadas ao longo de 2024 por três curadoras — Alberta Romano, Yina Jiménez Suriel e Filipa Ramos —, num período durante o qual a Kunsthalle Lissabon interrompe a programação habitual de exposições individuais para celebrar o seu 15.º aniversário.
Ensaio — por Ricardo Nicolau
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"Anagramas Improváveis", a primeira exposição da Colecção de Serralves apresentada na recém-inaugurada extensão do museu (a Ala Álvaro Siza) articula-se em torno de diversos pas de deux, em que são reunidos no mesmo espaço trabalhos de artistas de diferentes gerações e origens geográficas. Ricardo Nicolau, um dos curadores da mostra, escreve sobre um dos duetos mais improváveis: Ana Jotta e Ângelo de Sousa. O embaraço e a frustração dos jornalistas que já perguntaram a Ana Jotta (Lisboa, 1946) — a propósito de um trabalho ou de uma exposição — “De onde veio a ideia?” e receberam como resposta “De lado nenhum, eu não tenho ideias” será apenas proporcional ao entusiasmo com que Ângelo de Sousa (Lourenço Marques, atual Maputo, 1938 — Porto, 2011) também alardeava convicta e orgulhosamente ser um artista-sem-ideias.
Ensaio — por Andreia C. Faria
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A terra como realidade física, geografia habitada, viva, oprimida, carnal. Ou a terra como fantasmagoria, evanescência, distopia onde a vida humana se vai tornando insubsistente. É entre dois pólos de uma única realidade, a da Palestina, que se desenvolve a proposta expositiva de "Terra Estreita", com curadoria da plataforma (un)common ground, colectivo português que acompanha a inscrição artística e cultural do conflito naquele território. "Terra Estreita", que integra obras provenientes dos artistas e da colecção Teixeira de Freitas, começou a ser programada antes de 7 de Outubro de 2023, marco mais recente numa história de violência que para o ‘espectador’ distante se torna cada vez mais inapreensível, mas é impossível visitar a exposição sem nos darmos conta de como as ruínas e os rostos de ontem regressam.
Ensaio — por Luísa Santos
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A prática artística de Mirna Bamieh explora as políticas do desaparecimento e da produção de memória a partir das limitações vividas pelas comunidades palestinianas face aos conflitos e dilemas políticos. Formada em artes culinárias, Mirna Bamieh junta os universos da comida e das histórias que conta visualmente em projetos co-criativos. Na verdade, mais do que cocriação, a prática de Mirna Bamieh é assente em políticas de partilha.
Crítica — por Sara Castelo Branco
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A imagem em movimento e o som partilham uma mesma experiência alicerçada no domínio do tempo: os dois possuem uma complexa relação com a temporalidade devido à sua capacidade em inverterem o tempo, levando a que o passado se actualize no presente, passando imediatamente a ser passado pela sua transitoriedade inerente. Se a música e o cinema possuem esta capacidade intrínseca de serem um mecanismo temporal, Quatro Canções para Ângelo redobra o tempo, e ao mesmo tempo constrói uma nova temporalidade. Apresentado no Batalha Centro de Cinema,  este concerto-projecção é constituído por quatro filmes de Ângelo de Sousa datados da década de 1970. Os filmes foram rodados em 8mm e Super 8mm no Porto, sendo aqui acompanhados por composições musicais inéditas e tocadas ao vivo.
Crítica — por Carolina Quintela
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O silêncio é uma impossibilidade. Nem mesmo quando tudo parece desprovido de som é alcançável a total ausência de ruído no mundo. Podem ser sempre detetadas sonoridades subtis, zumbidos distantes de natureza artificial ou biológica, dos aparelhos eletrónicos, ao vento ou até mesmo ao próprio batimento cardíaco. Por outro lado, também a mente humana, em constante funcionamento, parece preencher qualquer lacuna auditiva com pensamentos, memórias ou emoções. Nesse sentido, a impossibilidade do silêncio absoluto reafirma a ubiquidade do som assim como nos instiga a refletir sobre a natureza da existência humana ou até da própria linguagem. "Últimos sons" é o título da primeira exposição individual do músico e artista visual João Pimenta Gomes (Lisboa, 1989), na Galeria Vera Cortês, em Lisboa.
Crítica — por Isabel Nogueira
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"Para Lá da Escuta" é um título indicativo, desde logo, da possibilidade de materialização de algo absolutamente não visível e imaterial, como é o som. De facto, a transformação de som em escultura, através da produção de peças elegantes, visualmente fortes, audíveis e com pendor sensorial, mediante a reverberação ou o movimento que incorporam, faz desta exposição uma das experiências mais originais e, também por isso, mais interessantes do momento. As obras são da autoria de Gil Delindro (n. 1989) e a curadoria de Raquel Castro, que concebeu um programa mais vasto denominado "O Som Liberta".
Crítica — por Carolina Quintela
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Dos cosas tan desiguales é a primeira exposição individual da artista Isabel Cordovil (1994, Lisboa) na Galeria Pedro Cera, em Madrid, na qual apresenta um conjunto de novas obras, produzidas especialmente para a exposição e que ocupam os dois pisos da galeria. Sob a forma de fotografia, escultura ou instalação faz referências a poderes hierárquicos ancorados maioritariamente em arquétipos da tradição religiosa judaico-cristã. Propõe uma reflexão sobre como, ainda profundamente enraizados no inconsciente coletivo, influenciam estruturalmente a forma como nos relacionamos e percecionamos o mundo. A dicotomia apresentada no título, que surge a partir da poesia literária de Santa Teresa de Ávila, articula um jogo entre duas partes aparentemente desiguais, humano e divino, mas que, a par da própria experiência mística, sensível e devocional da autora, expressam um desejo de fusão e transcendência.
Ensaio — por João Sousa Cardoso
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Desço na estação das Olaias, com o mais extenso cais da rede do metropolitano de Lisboa, desenhada por Tomás Taveira com o aparato de colunas industriais de pechisbeque e candeeiros arlequinescos, decorada por significativos artistas portugueses (António Palolo, Pedro Cabrita Reis, Rui Sanches, Graça Pereira Coutinho, Pedro Calapez) e aberta ao público no apogeu do pós-modernismo, por ocasião da exposição universal, em 1998. Fernão Cruz tinha então três anos de idade e afirma-se, hoje, como um dos mais promissores artistas da nova geração. A exposição Morder o Pó na Fundação Calouste Gulbenkian (2021) e Insone na Galeria Cristina Guerra (2023) confirmaram o impacto desta obra multiforme, entre a pintura, a escultura e os objetos, brutalista e pop, explosiva e grave, no panorama da arte contemporânea portuguesa.
Crítica — por Isabel Nogueira
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Netsuke não é apenas uma exposição; é sobretudo uma entrada num universo. O universo de Albano Silva Pereira (n. 1950), artista, fotógrafo, cineasta, coleccionador, viajante, esteta e director dos Encontros de Fotografia – fundados em Coimbra, em 1980, e a partir de 2003 institucionalizados como Centro de Artes Visuais/Encontros de Fotografia –, determinantes para formar, de modo continuado e consistente, o olhar e a sensibilidade para a fotografia, além do espólio fotográfico que constituíram na sua colecção, numa acção de serviço público. Por aqui passaram nomes incontornáveis da fotografia contemporânea, como Robert Frank, um dos seus proeminentes fundadores, com quem Albano Silva Pereira estabeleceria uma duradoura relação de amizade, chegado a realizar o filme documentário Life Goes On (2022), mas também Gabriel Orozco, Nobuyoshi Araki, Henri Cartier Bresson, Walker Evans, Joel-Peter Witkin, Cristina García Rodero, Marianne Mueller, ou Iroshi Sugimoto, entre muitos outros artistas estrangeiros e portugueses.
Crítica — por João Sousa Cardoso
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A afluência de uma vasta comunidade de artistas e agentes culturais do país na inauguração da double bill Encontro Inesperado/Uma Cerveja no Inferno na Galeria Graça Brandão, a 26 de janeiro, confirmou o reconhecimento de Manuel Santos Maia, curador das duas exposições, como um aliado extraordinário na atenção dedicada ao trabalho de tantos criadores. Além de um promotor constante de oportunidades nomeadamente no Espaço Mira que programa desde 2013, na exposição SUB-40 na Galeria Municipal do Porto (curadoria da antológica de uma geração, a convite de Paulo Cunha e Silva) em 2014 ou nas três recentes edições da Bienal da Maia.
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