Entrevista — por Paula Ferreira
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Entre o desembalar de uma obra de arte e outra, conversei com Raphael Fonseca em uma chamada no zoom. O curador, cuja profícua lista de exposições realizadas ao longo dos últimos onze anos revela um fôlego muito jovem e um prazer enorme em pensar processos curatoriais, tem se mostrado um nome a ser destacado dentro do cenário da arte contemporânea internacional. Durante a montagem da vigésima segunda edição da Bienal Videobrasil, que inaugurou no último dia 18, no SESC 24 de Maio, conversamos sobre os desafios e, principalmente, as alegrias envolvidas na prática de imaginar exposições.
Crítica — por Rômulo Moraes
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Em "Um cântico para Leibowitz", clássico da ficção científica pós-apocalíptica de Walter M. Miller Jr., um monge encontra um abrigo nuclear no deserto americano seiscentos anos depois de uma guerra global ("dilúvio de fogo") dizimar boa parte da humanidade. Dentro do abrigo, ele encontra livros e manuais, alertas de perigo, diários e anotações, listas de compras. Nenhum dos quais consegue desvendar. A distância histórica para aqueles símbolos nucleares e linguagens endógenas, para nós tão característicos, torna-os crípticos e fascinantes para esse intérprete remoto, que os lê, é claro, como as relíquias sagradas de um planeta perdido. A anedota faz pensar nas rupturas contextuais que o tempo nos reserva.
Entrevista — por Maria Kruglyak
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A escritora e curadora Filipa Ramos, figura influente na cena artística internacional, é uma voz importante no atual discurso crítico em torno da ecologia e da arte contemporânea. Foi Diretora do Departamento de Arte Contemporânea da cidade do Porto, no qual se inclui a Galeria Municipal do Porto, até ao início de 2023. À data desta entrevista, acabara de se anunciar que o projeto Bestiari, com curadoria da Filipa e obras de Carlos Casas, havia sido selecionado para o Pavilhão Catalão da próxima Bienal de Veneza. Entrevistei a Filipa no contexto da inauguração de Dueto, na GMP, concebida durante o período em que esteve à frente daquele centro de arte. A exposição, com curadoria da própria, integra dois artistas, num duplo convite em que ume jovem artista do Porto, desta vez Maria Paz (n. 1998), se junta a outre artista com quem sonha partilhar um espaço expositivo, desta feita Joan Jonas (n. 1936, Nova Iorque).
Crítica — por Sérgio Fazenda Rodrigues
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A exposição Untitled (in awe of), de João Onofre, na Galeria Cristina Guerra, em Lisboa, apresenta três obras que se relacionam pelo modo como exploram a ligação entre o som e a imagem. Essa ligação, expressa como presença, como ausência, e como des(sincronia) de um possível encontro, é algo que o artista trabalha há já vários anos. Nesse sentido, do seu corpo de trabalho importa referir, entre outras, a obra Box sized DIE (2007- ), em que uma banda de Death Metal actua no interior de um cubo negro; a intervenção Untitled (2016), em que se coreografa a respiração de Carlos Paredes; a instalação Untitled (orchestral) (2016-2017), em que a luz determina as características do som; ou a obra Untitled (It’s About That Time crystal version) (2023), em que um objecto cristalino materializa o tempo e a intensidade de uma canção de Miles Davis.
Ensaio — por Eduarda Neves
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Querido amigo, há vários meses que não te escrevo. Estamos cada vez mais próximos dos movimentos contínuos e sem aparente intenção das figuras beckettianas em Quad. Como elas, entramos e saímos do quadrado, repetidamente e pela mesma ordem. Marcações definidas, no limite do vértice. Todos esgotados — escreveu o dramaturgo. O infinito do movimento perpetua-se no infinito da repetição. Sem vestígios de qualquer singularidade, apenas ouvimos o barulho dos passos que se assemelham ao som de ratos a atravessar o espaço. Como na leitura deleuziana, aqueles corpos evitam-se e afastam-se, asseguram o acontecimento. Esgotam o espaço para tornar impossível o encontro.
Entrevista — por Cristina Robalo
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A actual exposição de Francisco Tropa, "Fortaleza da Solidão", na galeria Quadrado Azul nasce das imagens fotográficas de um geode de ágata. Em dois momentos, a exposição é tomada pelo entulho que, depositado no espaço de cima e no espaço de baixo da galeria, pontua o ritmo entre obras e o movimento necessário à visualização. Um dos espaços dá-nos a imagem de uma clareira preenchida, onde é imperativo circular com movimentos repetidos, várias vezes ao seu redor, para ter acesso às obras colocadas na parede. No outro espaço, piso de baixo, faz-se o caminho, segue-se a direcção, avista-se o lugar, onde aquilo que reconhecemos já-não é, e, no decorrer do percurso, ainda é.
Crítica — por Bernardo José de Souza
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Concebida como uma sorte de mise-en-scène em quatro atos, a Bienal de Gotemburgo 2023 —Forms of the Surrounding Futures— convida o público a deambular por topografias acidentadas e percorrer espaços expositivos como quem atravessa portais e alcança dimensões paralelas ao tempo presente. As paisagens divisadas por esta mostra não apenas contrastam experiências estéticas heterogêneas, como descortinam problemáticas latentes na arena contemporânea, quais sejam, a centralidade do corpo nas lutas políticas identitárias; os ecossistemas que se precipitam em meio ao vórtex capitalista; as cisões ontológicas a contrapor cultura e natureza/humanidade e animalidade na cultura ocidental; ou mesmo a conflituada relação com narrativas históricas, bem como com as utópicas ou distópicas projeções de futuro.
Entrevista — por Catarina Rosendo
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O ano que agora finda assinala o décimo aniversário da abertura das portas do Atelier-Museu Júlio Pomar, uma estrutura que pertence à rede de equipamentos culturais da Egeac, localizada no centro histórico de Lisboa. O edifício começou por ser recuperado pelo arquiteto Siza Vieira para servir de atelier para o seu amigo Júlio Pomar, mas este nunca chegou a usá-lo como tal. Após a sua conversão em instituição museológica, a matriz de atelier enquanto lugar de experimentação foi tomada como fundamento substancial da programação delineada pela diretora Sara Antónia Matos.
Entrevista — por Cristina Robalo
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Atrair, atirar e caçar são alguns verbos para ler, ou ver a exposição "Pantalons pour attirer le vent" de Francisca Carvalho no Pavilhão Branco, do Museu da Cidade, com curadoria de Antonia Gaeta. Iluminados pela luz laranja esverdeada do exterior, os desenhos e os guaches convocam o jardim, animam os elegantes pavões, numa troca, numa dança, com uma certa musicalidade, fresca, vibrante, sedutora e intensa: escutemos a cor.
Crítica — por Sara Castelo Branco
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Envolvendo imagens, sons e corpos que comungam um mesmo horizonte telúrico e animista — as instalações imersivas, sensoriais e rítmicas de Ana Elena Tejera (1990, Panáma) manifestam desejo, misticismo, dor, resistência e intimidade, desenvolvendo-se numa profundidade que, pelo intermédio de elementos documentais e ficcionais, se abisma medularmente sobre as particularidades territoriais e históricas do Panamá. Apresentadas em simultâneo, as duas exposições da artista — Los sucesos que llevaron a su olvido no Cinema Batalha (Porto) e La casa de los animales na Solar Galeria de Arte Cinemática (Vila do Conde) — comunicam entre si, tendo uma mesma origem baseada num trabalho desenvolvido por Tejera no Panamá entre 2022 e 2023. A circularidade entre as duas exposições revê-se também interiormente na conciliação — ou na potencialização — que fazem com a natureza arquitectónica e histórica dos dois espaços expositivos.
Crítica — por José Marmeleira
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Os trabalhos que apresenta na exposição "Chance Meeting" são disso exemplares. Em "MetaTouch" (2023) e "Encounters" (2023), contemplamos o que parecem seres alienígenas em movimento. Nesta última animação, o artista juntou imagens reais e virtuais: em ruas e noutros espaços da cidade, observamos errâncias de esferas de metal líquido que sabemos não serem reais. Nada têm de ameaçador, como não têm as de MetaTouch que sempre que se tocam são teletransportadas para outra paisagem. Já em ChronoCube (2023), somos colocados diante da vertigem de um abismo em movimento. A animação em loop “mergulha” o espectador no interior de paisagens que podiam ser ruínas de um mundo extinto. Caímos numa mise en abyme. “Podemos ver este trabalho como uma ilusão óptica, um pouco como um trabalho de Op Art mas em animação. A sensação de temor talvez venha em parte do som, daí ser bom comparar a versão exterior, sem som, com a interior, sonorizada. Espero que o desconforto inicial se dissipe e que se perceba que é apenas um jogo com regras pré-estabelecidas, e que nada de inesperado ou mau irá acontecer”.
Crítica — por Isabel Nogueira
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A Galeria Quadrum, em Lisboa, comemora este mês de Novembro 50 anos de vida e, naturalmente, que o número redondo e a sua relevante actividade merecem celebração. Fundada e dirigida até 1995 por Dulce D’Agro (1915-2011), o espaço, incialmente destinado a ser restaurante de apoio ao complexo dos Coruchéus, revelou-se uma galeria possuidora de uma clara marca autoral. Aliás, na presente exposição destaca-se uma fotografia de grande dimensão da galerista no topo da sala. Após alguma intermitência, em 2010, a Galeria Quadrum passaria a ser dirigida pela Câmara Municipal de Lisboa/EGEAC.
Entrevista — por Cristina Robalo
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Na conferência “Modern Art and Art Brut: Anatomy of a misunderstanding”, proferida por Catherine David, no Centro de Arte Oliva, em São João da Madeira, a propósito da exposição Teatro Anatómico, a historiadora e curadora alertou para a necessidade da desconstrução de categorias utilizadas para distinguir arte bruta, ou outsider, da arte moderna e trabalhar na sua inclusão. Tendo como consideração a linha que anteriormente separava e distinguia arte bruta de arte moderna, actualmente, estar a dilatar-se numa “aceleração da definição de fronteiras”, através de instituições específicas, de galerias, do mercado, inclusive dos autores — antes sem autoria — vindos da denominação ‘arte bruta’, cujos trabalhos tanto podem aproximar-se de um campo como do outro. Nesse sentido, as palavras ‘desconstrução’ e ‘inclusão’ ditas por Catherine David são reveladoras e pertinentes, indo ao encontro do trabalho concebido pelo curador da exposição.
Entrevista — por David Silva Revés
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Com um percurso iniciado em 1968, Carlos Nogueira (1947, Moçambique) tem vindo a desenvolver uma obra multidisciplinar e polissémica que continuamente o tem afirmado como um dos mais relevantes artistas da sua geração. Sendo fortemente influenciado pela natureza do espaço e sua mensurabilidade, assim como pela matéria, a luz e o tempo, o trabalho de Carlos Nogueira produz-se num movimento entre o efémero e o permanente, o visível e o invisível, a exaltação da palavra e o silêncio contemplativo, revelando um caminho próprio rumo a uma harmonia ou radicalidade cosmológica e elemental.
Entrevista — por Paula Ferreira
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Entre 7 de Setembro e 7 de Outubro esteve patente, na galeria Sans Titre, em Paris, a exposição coletiva THE CUP OF WATER THAT GIVES ITSELF TO THIRST (com curadoria de Elise Lammer), a qual abrigava três trabalhos inéditos da artista Andreia Santana. Com um percurso conhecido dentro e fora de Portugal, Santana vive atualmente em Nova Iorque, cidade a partir da qual trocámos correspondência deste Setembro. Uma troca prolongada de mensagens que se transformou nesta entrevista.
Crítica — por Maria Kruglyak
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Artifício de Odete leva o público numa viagem de autodescoberta à nossa relação com o artificial. No que parece ser apenas o início de um discurso potencialmente revolucionário, Odete une a magia tecnológica contemporânea da Inteligência Artificial (IA) à magia proto-tecnológica medieval da alquimia através de um discurso queer sobre a beleza. Com a IA como força motriz e ferramenta principal da exposição, a artista cria um arco narrativo que nos guia em direção a uma miríade de diferentes leituras da exposição, mantendo o seu objetivo intencionalmente obscurecido de modo a ilustrar as limitações da clareza em questões do artificial relacionadas com beleza e aparência, identidades queer e perceção, construção da história e IA.
Entrevista — por Cristina Robalo
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Comissário da representação oficial de Portugal na Bienal de Arte (2011) e na Bienal de Arquitectura (2018), em Veneza, intensamente ligado à docência e director-adjunto do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, Sérgio Mah traça um percurso onde as diferentes aparências da fotografia fixam o fundamental: “a maneira como podemos relacionarmo-nos com as obras que cada artista faz.” Desse modo, percorrendo o espaço do museu, gradualmente, descobrimos ambientes cinemáticos, densos, teatrais, paisagísticos e/ou territórios isolados que convocam à sedução, revelando o pensamento por detrás da palavra ‘contravisões’: “diálogos e tensões produtivas entre artistas com universos muito diferentes.”
Entrevista — por Joana Krämer Horta
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No âmbito da minha pesquisa, tenho estado particularmente interessada em investigar ecologias contemporâneas e métodos inovadores de aprendizagem colectiva. Durante a minha mais recente viagem de investigação, tive a oportunidade de participar no foodculture days em Vevey, na Suíça, durante o mês de maio. A Bienal questiona a nossa relação com o mundo, celebra práticas artísticas e sociais que promovem a diversidade em todas as suas formas e prioriza a Terra, os nossos corpos e especialmente as nossas bocas, como tecnologias poderosas.
Ensaio — por Isabel Carvalho
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CATHARSIS é um projeto expositivo que mostra trabalhos de coletivos ativistas que abordam preocupações em torno da água, desde o acesso desigual a esse bem comum até à reivindicação da sua despoluição. Com curadoria de Margarida Mendes integra a Porto Design Biennale 2023 intitulada Ser Água: Como fluímos e nos moldamos coletivamente — a proposta do curador Fernando Brízio, para a edição deste ano. Poder-se-ia considerar irónico, mas na verdade, em consonância com o tema da Bienal e as preocupações que daí decorrem, a abertura desta exposição, bem como de outras agendadas para o mesmo dia, foi adiada por uma semana. Após um longo verão com temperaturas sem precedentes, estávamos agora sob ameaça da tempestade Céline e de graves riscos de inundação que se confirmaram por todo o país. A associação deste fenómeno meteorológico às alterações climáticas foi apontada por especialistas nos canais televisivos.
Crítica — por Isabel Nogueira
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Num primeiro olhar, temos a sensação de estar a entrar num espaço geometrizante, envolvente e totalmente abstracto, considerando o rigor e depuramento das formas, materializadas sobretudo em esferas ou metade de esferas, quadrados e rectângulos. Contudo, vamo-nos apercebendo da maior complexidade do dispositivo. Efectivamente, Daniel Gustav Cramer (n. 1975) localiza-nos esteticamente na esteira de um minimalismo que interroga a escultura, conferindo-lhe um enfoque geometrizante, como já se referiu, colocando-a em relação à verticalidade (parede) e à horizontalidade (chão), assim como numa certa evocação rítmica de elementos. Neste ponto, efectivamente, a arte minimal seria a referência na procura de uma simplificação das formas, às quais era propositadamente retirado o conteúdo expressivo, no sentido de se atingir uma total abstracção, concretizada na redução formal e na produção de objectos em série.
Crítica — por Maria Kruglyak
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Patente no Sismógrafo, Um Fogo, de Ruben Santiago, aborda o passado, o presente e o futuro da habitação através da justaposição não só do direito por via da propriedade ao direito por via da necessidade mas também da noção histórica de casa ao presente enfraquecimento desta conceção. Conquistando um equilíbrio subtil entre a precariedade e a resistência pela atenção prestada ao detalhe e à escala, esta poderosa exposição mostra-se profundamente consciente do seu contexto portuense e do âmbito discursivo no qual se insere. Naquela que é a segunda apresentação a ocupar o novo espaço do Sismógrafo, Um Fogo estabelece um contraponto com a gentrificação da cidade do Porto, oferecendo uma voz crítica no contexto da cena artística contemporânea relativamente às questões da habitação e do direito à ocupação e tomando parte ativa na defesa do Stop, situado a meros quarteirões da galeria
Ensaio — por João Gaspar
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Querida Elisa, É com carinho que escrevo estas primeiras linhas, que organizo o pensamento traduzindo o que me é da ordem do sensível através da escrita. E é através da escrita que me relaciono agora contigo, numa tentativa vã de trazer à luz o indizível por via da linguagem-palavra humana, do que foi e é o encontro contigo e com o teu trabalho, com as imagem-amor que me entram pelo corpo, dentro. Não deixa de ser poético que a tua primeira exposição individual numa galeria comercial fosse também ela a última exposição a acontecer na referida galeria, antes da mesma fechar indefinidamente. É nesta tensão poética inicio/fim e na indefinição dos limites de tudo o que pelo meio ‘flui’ e se ‘entrusa’ que a constelação da tua pratica afectiva chega até nós.
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