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Entrevista a Mónica de Miranda e Paula Nascimento

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Ana Salazar Herrera

Na mais recente obra da artista Mónica de Miranda, a observação perspicaz de Heráclito de Efeso que diz que “ninguém pode tomar banho duas vezes no mesmo rio, pois da segunda vez o rio já não é o mesmo, nem a pessoa é a mesma” ganha um sentido renovado. A artista permitiu que o Rio Kwanza, o mais longo de Angola, a dirigisse na criação de um novo conjunto de obras que documenta precisamente essas mudanças ao longo do tempo, quase sempre imperceptíveis aos sentidos imediatos, narrando uma história de violência colonial, guerra e processos de independência, a partir de uma perspectiva ecofeminista.

Articulando o documental e a ficção, embarcamos numa viagem por um “turbilhão de quadros e sentidos que impossibilitam qualquer hipótese de sossego diante do texto, das imagens e da metanarrativa deste lugar em constante transformação”.

O gesto de redesenhar o passado serve não só para redefinir o futuro, mas também para traçar uma metanarrativa desde um lugar de fala feminista que resiste ao olhar de cinema hegemónico, patriarcal e colonizado. A história é contada com liberdade, a partir de uma posição de autonomia. Entende-se o presente, o passado e o futuro como interligados, fazendo sim uma construção do futuro, mas “com consciência plena de todas as questões com as quais temos que lidar e que às vezes não gostamos, do passado ou do presente”. A artista articula um espaço-tempo que não é fixo, mas que conecta e flui com a matéria, com a terra, com o rio. “A natureza carrega elementos históricos, foi ela que me foi dando as diretrizes, os guias, para escrever a dramaturgia da própria obra”. O filme “liga o material ao espiritual e ao lugar onde toda a narrativa se desenrola com várias camadas de entendimento, desde a história emocional e psicológica no desenvolvimento da personagem principal, como ao entendimento da própria história dos movimentos de libertação”. Tanto a própria paisagem como a forma como é apresentada assume espectadores activos que se envolvem não só com os sentidos, mas também emocional e afectivamente. Através da imagem e do som fazem-se várias ligações aos “elementos da libertação, da diáspora em outras partes do mundo, e reflete-se como o local está também ligado ao global”.

Nesta entrevista escrita, Mónica é acompanhada pela curadora da exposição Paula Nascimento para falar sobre a sua colaboração de longa data, as origens desta nova obra, a sua implementação em Veneza e as temáticas recorrentes nos seus respectivos trabalhos. A profunda interligação entre diferentes espaços e tempos pode ser vista como parte de uma exploração mais ampla que liga vários artistas da diáspora. Como pessoas com histórias de deslocamento, as mudanças constantes que se acumulariam natural e lentamente sem dar sinal passam a ser rupturas fortes sentidas na pele. Fica, então, claro que nem o rio se manteve o mesmo, nem nós estamos iguais.

 

Ana Salazar Herrera (AS): Como se conheceram e como surgiu a decisão de colaborarem  juntas neste projecto? 

 

Paula Nascimento (PN): Conhecemo-nos há alguns anos. Eu estava a fazer pesquisa para o projecto Ilha de São Jorge e vi o trabalho da Mónica, em especial o trabalho fotográfico relacionado com os resquícios do colonialismo no espaço urbano. Entrei em contacto, conhecemo-nos e convidei a Mónica para integrar o projecto — uma exposição itinerante, que foi apresentada inicialmente na Ilha de San Giorgio Maggiore em Veneza, durante a 14ª Bienal de Arquitetura (2014) sob o tema Absorbing Modernity, que abordava a forma como a modernidade foi introduzida, absorvida, negada, sonhada no contexto dos países africanos de expressão portuguesa. No âmbito deste projecto, encomendámos à Mónica a obra em vídeo Hotel Globo. Depois desta experiência começámos uma colaboração que se tem estendido por diversos projectos e claro que culmina, mas não termina, aqui.

Mónica de Miranda (MM): A colaboração e a relação artista/curadora tem sido uma relação contínua na qual temos vindo a acompanhar a obra de cada uma ao longo do tempo. O vídeo que surge da primeira colaboração, Hotel Globo, foi depois apresentado numa exposição individual no MNAC, pela qual fui nomeada para os prémios Novo Banco (2016). Para a exposição no longer with the memory but with its future, a colaboração surgiu de forma bastante espontânea. Já estava há algum tempo nesta investigação à volta do rio Kwanza e estava a filmar em Angola com a produtora Geração 80 o filme Caminho para as estrelas para uma exposição na galeria Jahmek Contemporary Art em Angola. Em consonância com os interesses curatoriais da Paula, surgiu uma oportunidade de nos juntarmos para apresentar este projecto na Europa. Tivemos um convite da associação cultural Nuova Icona para fazer uma exposição no Oratório de San Ludovico em Veneza, um espaço independente, mas que tem uma longa história de apoiar artistas internacionais, o qual já acolheu exposições com artistas como o Nástio Mosquito, colaborações com Ikon Gallery e outras instituições, tendo sido um espaço importante para a organização da Bienal de Veneza, desde a sua fundação em 1993. 

 

AS: Mónica, como surgiu a ideia desta obra? Quando e como começou o projecto? Como foi o processo de criação e de desenvolvimento das personagens? Como vais traçando as pontes entre passados, futuros e presentes?

 

MM: A ideia já surgiu há algum tempo a partir dos meus muitos encontros com o rio Kwanza. O rio tem habitado o meu imaginário desde criança com histórias que ouvia da minha mãe e avó. Quando ia de férias para Angola com a minha filha, passávamos vários períodos à beira do rio. Tem uma beleza incrível e uma força espiritual imensa, mas atrás desta beleza esconde muitas outras histórias invisíveis de violência e guerra. Sempre me fascinou a força que a natureza carrega, a vegetação intensa que povoa as suas margens e no estuário onde várias correntes confluem e se encontram com o Atlântico. Aí, muitas memórias e histórias são convocadas. O que parece uma natureza intacta tem uma história que não é perceptível ao olhar, então foram essas histórias que quis contar.

O filme foi escrito por mim e pela Yara Monteiro, com alusão a alguns textos do escritor angolano João José Luandino Vieira e da poetisa portuguesa Cláudia Sampaio (Já não me deito em pose de morrer), mas O livro dos Guerrilheiros do Luandino Vieira foi a maior inspiração. O título do filme vem do poema heterônimo o caminho das estrelas de Agostinho Neto e significa a imaginação e a projeção de um lugar que pode transmudar toda a violência colonial que se vivia na época e a aspiração de um futuro de independência. A obra não formula respostas, antes recoloca questões que legitimam esse mergulho na memória, acabando por ser uma fabulação com momentos documentais e outros ficcionais. Após focalizar a geografia, no seu sentido mais amplo, fixa o olhar nos guerrilheiros para, a partir das suas vozes, captar a guerrilha na figura de Carlota como uma vivência em movimento, como realidade de um presente que ainda não poderia conhecer os erros, os acertos, a euforia e a frustração. 

A personagem principal [interpretada por Renata Torres] foi construída a partir de uma pesquisa que tenho vindo a fazer ao longo dos anos á volta dos contributos das mulheres para luta de libertação em Angola, principalmente à volta da figura de Carlota. Ela viveu e morreu durante a independência de Angola e ficou conhecida através do livro Mais um Dia de Vida: Angola 1975 [1976] escrito pelo jornalista polaco Ryszard Kapuscinski. Uma simples fotografia que existe no livro fez como que essa personagem se tornasse um ídolo da representação dessa luta. Pouco depois de a foto ser tirada pelo jornalista, Carlota morre numa emboscada. As outras personagens são três gêmeas que vão aparecendo e fazendo perguntas ao espetador em relação a questões de identidade, diferença, tempo, espaço. Elas representam os três tempos — passado, presente e futuro. Uma anciã (interpretada por Maria Manuel), o guia, uma criança (interpretada por Elaine Costa), vão contando histórias sobre a guerra, paz, vida, espiritualidade. Todas estas personagens foram escolhidas à volta da história do próprio rio, mas também são personagens arquétipo do nosso inconsciente, que nos ajudam a entender o nosso próprio processo de individuação. 

 

 

AS: O rio Kwanza, o rio mais comprido de Angola, tem aqui um papel principal. Qual é a tua relação pessoal com este rio? Foi também a rota pela qual começou a invasão portuguesa do norte de Angola. Por um lado, toda a instalação usa o rio como metáfora de um fluir, com os seus afluentes e efluentes e as camadas de história que se sobrepõem. Gosto muito dessa ideia de um rio que alimenta, que está marcado por todos estes acontecimentos que já foram e que estão por vir. Essa energia vital do rio como se traduz na obra e na instalação?

 

MM: O rio Kwanza nasce no Bié, viaja do norte ao oeste e desagua no Atlântico. O rio e a água evocam as temporalidades ancestrais, cíclicas, desafios de um discurso político que se quer reflectir. O rio Kwanza é um organismo vivo que em si carrega a história de Angola — a história da luta da libertação, das guerras cívis, as histórias pré-coloniais, e as histórias dos vários desastres ecológicos que estão a acontecer neste período contemporâneo. Ou seja, tudo aconteceu à volta do rio, que era um veículo de transporte que ligava o Atlântico por isso todas as rotas do passado podem ser estudadas através do próprio rio, das histórias que ele carrega, nas suas margens e à volta delas. A expansão portuguesa usou este rio para o transporte de pessoas escravizadas e de mercadoria, ligando Angola à Europa e às Américas. À volta das memórias e à volta das histórias que fui investigando começaram a surgir as personagens, ou seja, elas estão ligadas ativamente à história do próprio rio, e foi o próprio rio com as suas histórias que foi construindo as personagens. Eu funcionei como ouvinte e transmissora. Os actores vieram para dar voz a estas histórias. Esse veículo do rio é essencial para se entender a história que se vai contando a partir de Carlota. Um rio é um corpo vivo que faz referência ao ecofeminismo, ou à sua forma particular de hidrofeminismo proposta por Astrida Neimanis [Bodies of Water: Posthuman Feminist Phenomenology, 2017], onde há um ecossistema entre o corpo físico, o corpo astral, emocional e psicológico. Todos esses tipos de corporeidade são entendidos através do conceito e metáfora da própria água, que flui, transporta, carrega memória. 

 

 

AS: Paula, neste trabalho da Mónica, como surgem as temáticas que já tens vindo a trabalhar noutros projectos, como a intersecção das artes visuais com as constelações geopolíticas actuais? Por um lado, são historicidades que são lidas através de lentes contemporâneas, por outro também a ocupação simultânea de vários espaços e tempos que é algo que caracteriza a obra de artistas da diáspora.

 

PN: Este projecto traz diversas camadas de reflexão, interligando-se com diversos aspectos da minha pesquisa curatorial, e expande de certa forma a nossa colaboração. Interessam-me as leituras contemporâneas das narrativas históricas e a sua desconstrução da linearidade do tempo. O filme traz estas camadas, mas não se fixa numa leitura explicativa da história, sendo mais uma construção que aponta para outros futuros, para um lugar de reinvenção da própria identidade cultural. O Kwanza [e os processos transnacionais associados àquele espaço] servem de ponto de partida para reflexões globais — em particular a relação do ser humano com o ambiente. Interessa-me pensar mais o território enquanto espaço de confluência de diversos tempos, e por isso permeável e em constante transformação.

 

 

AS: De forma mais concreta, como vai ser exposta a obra? Como vai ser pensado o espaço, as escalas? Quais são os meios? Como vai ser utilizado o som?

 

PN: O espaço onde acontece a exposição é um Oratório, uma pequena capela do séc. XVI que, desde 1996, tem sido usada como espaço expositivo, embora conserve as suas características. A exposição é site-specific, adaptada especialmente para este lugar, e está disposta em três espaços. A peça central é o filme O Caminho para as Estrelas e a partir daí surgem as outras peças — uma instalação em texto que funciona como prólogo, reflectindo sobre as complexas realidades e as tensões entre várias camadas de história e memória, do nível individual ao colectivo; e a instalação fotográfica as três irmãs em grandes dimensões. A instalação vídeo é de grande formato e o som estende-se por várias camadas, transportando-nos para outros lugares — a exploração espacial, a colonização, a linguagem, a libertação e as independências.

MM: O som do filme é criado por Xullaji, uma colaboração que temos vindo a solidificar ao longo do tempo, e reflecte também a complexa interligação entre os três tempos-espaços evocados pelo filme. Temos alguns sons que vêm do passado, os sons das rádios de libertação em Angola que foram fundamentais para a independência e derrota do regime colonial. Também ouvimos transmissões do espaço e sons que têm ressonâncias com a guerra das estrelas. 

 

AS: Gostava que comentassem sobre este movimento para fora do contexto urbano, que está mais presente em outras obras, e ao encontro de um contexto rural, assim como também sobre a ideia de paisagem como contentor de história. Como é que os próprios elementos históricos que estão gravados e contidos na paisagem influem na narrativa e na dramaturgia? 

 

PN: Esse movimento já se nota em séries anteriores — a Mónica sempre trabalhou com a paisagem e com o território. Por exemplo, no projecto Panorama [2017] a natureza assume um papel crucial tanto como testemunho da ação do homem como testemunho da história, impondo-se sobre a arquitetura. A desconstrução do conceito de paisagem e o dualismo entre paisagem natural e artificial, não só no sentido construído, mas no sentido da própria migração de espécies, é presente na obra da Mónica.

MM: O meu trabalho sempre reflectiu sobre uma arqueologia urbana, sobre espaços emocionais, mas também tenho vindo a trabalhar com a paisagem, o território e a extensão desse urbano numa malha mais abrangente de um território excluído, periférico, que está nas margens, ou esta natureza que se vai conquistando pela construção e pelo homem no Antropoceno. Na série Panorama refleti sobre o espaço-ferida-paisagem: espaços abandonados em Angola com feridas coloniais que foram sendo devoradas pela própria natureza constituindo uma paisagem regenerada. A terra é um corpo vivo em eterna transformação, o território e a paisagem são história. Pesquisando a história em termos dos elementos que estão contidos na paisagem podemos entender a interligação entre a humanidade e a história do nosso planeta, que influencia até transformações geológicas, como Dipesh Chakrabarty refere na sua pesquisa The Climate of History in a Planetary Age [2021]. Também é importante repensar a nossa noção de tempo e as relações entre tempos individuais, colectivos, planetários. A paisagem e a natureza ensinam-nos sobre tudo isso e, se realmente escutarmos, vamos reconhecer movimentos cíclicos e sua fluidez em permanente transmutação.

 

Oratorio di San Ludovico, Veneza

Beyond Entropy Africa 

 

 

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Mónica de Miranda, no longer with the memory but with it's future. Curadoria de Paula Nascimento. Vistas de exposição. Oratorio di San Ludovico, Veneza. Fotografia: Raul Betti. Cortesia da artista e da curadora. 

 


 

 

Mónica de Miranda vive e trabalha em Lisboa e Luanda. É artista visual, fotógrafa, cineasta e investigadora angolana/portuguesa que trabalha com questões pós-coloniais de geografia e narrativas históricas e de identidade e lugar. O seu trabalho é baseado em pesquisa e reflete a convergência de política, género, memória e espaço, desenvolvendo-se a partir de meios diversos em vídeo, fotografia e instalação nas suas formas expandidas e nas fronteiras entre ficção e documentário. Graduada em Artes Visuais pelo Camberwell College of Arts (Londres, 1998), com mestrado em Arte e Educação pelo Institute of Education (Londres, 2000) e douturada em Artes Visuais pela University of Middlesex (Londres, 2014). Mónica é também uma das fundadoras do projeto de residências artísticas Triangle Network em Portugal e fundou em 2014 o projeto Hangar – Centro de Investigação Artística, em Lisboa. Em 2019 foi nomeada para o Prémio EDP no MAAT (Lisboa, Portugal) e em 2016 foi nomeada para o Prémio de Fotografia Novo Banco e expôs no Museu Coleção Berardo (Lisboa, Portugal) como finalista. Mónica também foi nomeada para o Prix Pictet Photo Award no mesmo ano. Tem participado em várias residências em instituições como a Tate Britain, French Institute, British Council/Iniva. A sua obra está presente em coleções públicas como o MAAT, Ministério da Cultura de Portugal, Fundação Calouste Gulbenkian, Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado e Arquivo Municipal de Lisboa. 

 

 

 

Paula Nascimento é arquiteta e curadora independente baseada em Angola. Em 2013 com Stefano Pansera, Paula fundou Beyond Entropy Africa, um estúdio de investigação que se foca nos campos da arquitetura/urbanismo, artes visuais e geopolítica, responsável pelo 1º Pavilhão de Angola na 13ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia (2012) e o 1º Pavilhão de Angola na 55ª Exposição Internacional de Artes - La Biennale di Venezia (2013), entre outros projectos. Como curadora independente, Paula colabora frequentemente com diferentes instituições e coletivos artísticos em projetos interdisciplinares, explorando temas relacionados com geopolítica, cidades pós-coloniais, e leituras contemporâneas para temas históricos. É curadora de várias exposições em Angola, África do Sul, Portugal, Itália e participou na Experimenta Design, Trienal de Milão, Bienal de Bamako, Bienal de Lubumbashi. Paula é a presidente do comité artístico da Fundação Nesr Art e membro do conselho consultivo do Hangar - Centro de Investigação Artística. Desde 2019 é a curadora do Africa Focus no Arco Lisboa e Are you for Real (uma plataforma interdisciplinar comissionada pela ifa). Integra a equipa curatorial da 7ª Bienal de Lubumbashi. 

 

 

 

Outros artigos sobre Mónica de Miranda:

 

— Panorama: fantasmas latentes

 


 

Ana Salazar Herrera [1990] é curadora no Ludwig Forum for International Art, Aachen, escritora e iniciadora da para-instituição Museum for the Displaced. Explora subjetividades nómadas, poli-linguísticas e transculturais, propondo questionamentos inventivos de mapeamentos geopolíticos hegemónicos. De 2016 a 2020, foi Curadora Assistente de Exposições no NTU Centre for Contemporary Art Singapore. Participou no Shanghai Curators Lab [2018], no programa de mentoria Project Anywhere [2020-21], e foi curadora-em-residência [2021-22] no Künstlerhaus Schloss Balmoral, Alemanha. Ana tem um mestrado em Práticas Curatoriais da School of Visual Arts, Nova Iorque, e uma licenciatura em Piano da Escola Superior de Música de Lisboa.

 

 

A autora escreve de acordo com a antiga ortografia.

 

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