Entrevista — por Antonia Gaeta
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Alexandre Estrela: O jogo da roleta russa jogámo-lo há 20 anos quando nos conhecemos na School of Visual Arts em Nova Iorque. Eu estava num ano à frente, ansioso por conhecer colegas que partilhassem a mesma linguagem. Quando conheci o Daragh ele tinha um atelier distinto do resto dos alunos, na sua maioria pintores, pois era alcatifado com ar de escritório. Este escritório não era só o seu atelier, a sala de comando de operações plásticas, onde orquestrava e produzia videos e performances com os seus colegas, como também era a sua casa. Contrariando as regras da instituição viveu ali durante uns meses da forma mais digna.
Entrevista — por Isabel Nogueira
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João Louro tem patente uma exposição na Galeria Vera Cortês, intitulada "A Mosca de Lindbergh", um trabalho que toma como ponto de partida o voo transatlântico solitário de Lindbergh, de Nova Iorque a Paris, tendo por única companhia uma mosca, cujo incomodativo zoar devia ajudá-lo a manter-se desperto na longa viagem. Nos últimos tempos, Louro inaugurou também um project room no Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia/MAAT — "Linguistic Ground Zero" —, no qual se destaca uma reprodução de Little Boy, a primeira bomba atómica da história, lançada em 1945 sobre Hiroxima.
Crítica — por Maria Beatriz Marquilhas
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Astray assinala a estreia da artista francesa Caroline Mesquita em Portugal e divide-se em dois capítulos expositivos: o primeiro — o prólogo desta narrativa — tem lugar na Kunsthalle Lissabon, e o segundo inaugura a 16 de Março na Galeria Municipal do Porto, com curadoria de Sofia Lemos. Astray (Prologue) é um acontecimento no espaço e implica um exercício de contenção por parte da artista que nos fornece a quantidade mínima de informação necessária para provocar no visitante uma inquietação persistente.
Crítica — por Susana Ventura
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A exposição "Haus Wittgenstein", presente no Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), com curadoria de Nuno Crespo (estudioso da obra e do pensamento filosóficos de Ludwig Wittgenstein), e as diversas obras aí expostas, de artistas muito distintos, algumas resgatadas de diferentes contextos e outras concebidas, especialmente, para esta exposição, procuram contrariar esta última frase do Tratado Lógico-Filosófico, de Ludwig Wittgenstein, confrontando-nos, de imediato, com o carácter da própria obra de arte (pertencente, sem dúvida, ao indizível e, consequentemente, ao que apenas pode ser mostrado).
Entrevista — por Isabel Nogueira
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Conversa com Luís Paulo Costa a propósito da sua mais recente exposição. Com curadoria da dupla Nicola Oxley e Nicolas de Oliveira, o artista apresenta uma exposição que reúne pintura, fotografia, instalação, não obstante, e como o próprio artista afirma, a sua essência ser a de um pintor, tanto no tempo como na quase obsessão com a problemática da imagem e na sua configuração nos vários dispositivos e corporalidades. O eco manifesta-se, simbolicamente, no silêncio da montanha branca, ou no próprio eco da contemplação que perpassa os objectos pintados, fotografados ou dispostos no espaço.
Crítica — por Maria Beatriz Marquilhas
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O humor é meteorológico. Não é por acaso que as palavras "humor" e "humidade" têm a mesma origem. Tal como os níveis de pluviosidade, a pressão atmosférica, ou a amplitude térmica, o humor é volátil e pode ser violento, como uma tempestade. O seu efeito é totalizador porque afecta tudo, é uma janela através do qual olhamos o que nos rodeia. Como um filtro, corresponde à afinação da tonalidade que define a melodia. Em Humor, a primeira exposição individual de Isabel Simões na galeria Bruno Múrias, olhamos através das janelas que a artista vai pintando para ver entrar nas suas paisagens quotidianas e familiares, tingidas por diferentes níveis de luminosidade e intersectadas por sombras que se movem.
Ensaio — por Marta Espiridião
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Maya Saravia nasceu e cresceu na Guatemala. Viveu alguns anos em Madrid, regressou este ano ao seu país, e foi também este ano que finalmente conheceu Lisboa. É a partir desta triangulação Lisboa - Guatemala - Madrid, e da dança como elemento unificador destes três lugares, que Maya desenvolve a exposição Las Golondrinas, que inaugurou a 13 de Dezembro na galeria Balcony, com curadoria de Sérgio Fazenda Rodrigues. Em Abril de 2018, na Cidade da Guatemala, um grupo de raparigas apresentou um espectáculo de dança baseado nos estilos caribenhos e latinos, numa tentativa tanto de promover o trabalho de artistas mulheres como de sensibilizar para a violência perpetrada contra as mulheres neste país, onde os números de agressões, violações e assassinatos são flagrantes.
Crítica — por David Silva Revés
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Parece-me pertinente — e justo — começar exactamente pela forma como a exposição "Loom" de Francisca Carvalho é apresentada na sua divulgação. Um dito de Michaux é convocado pela artista como rastilho para um enquadramento à especificidade da exposição, mas também, diria, como abertura ontológica ao seu próprio trabalho enquanto prática de revelação de novas proposições em resposta a um contexto (mental, cultural, geográfico, material): “para se criar um ser é preciso criar-se uma situação”. A situação criou-se. (coloque-se no plural — como se quer com qualquer obra de arte, como se deseja em qualquer experiência expositiva).
Crítica — por Susana Ventura
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O Centre National de la Danse (CND), localizado em Paris, convidou um grupo restrito de museus internacionais de arte contemporânea para estes se apropriarem dos espaços do seu edifício com um programa livre que decorresse durante um fim-de-semana. Sendo um dos museus convidados, o Museu de Serralves escolheu apresentar uma exposição composta por obras de Francisco Tropa, artista visual presente na colecção do museu, num projecto com a curadoria de Cristina Grande, curadora responsável neste museu pela área de artes performativas, tendo decorrido durante o fim-de-semana de 24 e 25 de Novembro de 2018.
Crítica — por Marta Espiridião
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“O último brilho da estrela que morre”, de AnaMary Bilbao, pode inicialmente parecer uma exposição quase abstracta, da qual se sabem, à partida, duas coisas: que fala ela própria sobre a condição da fotografia, e sobre a memória. É possível entrever também dois momentos distintos na exposição, diferenciados tanto pelas origens e características das imagens utilizadas (e pela escolha da artista em revelar ou omitir o contexto), como pela escolha ponderada e precisa do que é subtraído e do que é preservado. O primeiro momento, que inclui o conjunto de 11 fotografias Quando um sol se apaga, quem lhe restitui a luz? (2017) e a imagem Renascimento por transformação II, parte de fotografias que AnaMary Bilbao obteve de álbuns que encontrou à venda, procedentes de casas em processo de despejo.
Crítica — por Isabel Carlos
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Num tempo em que a arte é dominada por narrativas, interpretações, mensagens e discursos, a pintura abstracta é não só um acto de persistência como de resistência. A abstracção é, desde sempre, o território de trabalho eleito por Marta Soares (Lisboa, 1973) mas nunca numa escala monumental como nesta exposição; basta atentar na dimensão, 300 x 225 cm, de seis das telas, do conjunto de 10 obras, que se apresentam numa montagem rigorosa e em profunda sintonia com o espaço da jovem Galeria Francisco Fino, no que é a sua primeira exposição de pintura-pintura, para recuperar uma designação muito em voga no discurso crítico da década de oitenta, a mesma altura em que Soares iniciou o seu percurso artístico.
Entrevista — por Miguel Mesquita
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"Almost Blue", a exposição que Maria Trabulo apresenta na Galeria da Boavista, em Lisboa, é uma exposição complexa. Não só porque os temas que aborda são, em si, complexos e cheios de camadas, mas porque levanta variadas questões sobre a prática artística contemporânea e a sua representação, entre elas: a projecção de manifestos políticos nas obras de arte; os formatos das exposições individuais; a dependência das exposições dos textos que as acompanham, mesmo no formato de exposição individual; e a influência da interpretação por afinidade sobre a razão da obra per se.
Entrevista — por Alejandro Alonso Díaz
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Uma conversa entre Mariana Silva e Alejandro Alonso Díaz a propósito de "Pavilhão das Formas Sociais", um projecto expositivo, com curadoria de Margarida Mendes, patente no Pavilhão Branco, em Lisboa. AAD: No texto “A Ala dos Insetos no Museu das Formas Sociais” mencionas algumas das formas usadas para se descrever o comportamento social de certos insetos como as abelhas. No entanto, esta análise poderá ser interpretada como uma visão antropocêntrica que procura analogias com as estruturas sociais dos seres humanos. De que maneira o “Pavilhão das Formas Sociais” questiona esta perspetiva?
Crítica — por Cristina Sanchez-Kozyreva
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A escultura pode dar corpo aos nossos estados emocionais, à nossa relação com o prazer e com o gosto. Pode, em suma, dar corpo a uma parte significativa das nossas vidas. Dar conta de como lhes atribuímos um sentido, desde a política, em geral, às vivências pessoais. Neste artigo dividido em três partes, foi-me pedido que reflectisse — a partir de três exposições individuais, completamente distintas entre si e actualmente patentes em Lisboa neste inverno, — sobre o modo como três artistas mulheres utilizam o medium da escultura para dar forma às ideias que constituem os seus mundos, seja de forma espontânea ou planeada.
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